quinta-feira, 22 de julho de 2010

Nossas escolhas


por Stefi Maerker*


Assisti ontem a uma palestra proferida por um consultor muito conhecido e amigo de longa data - Eduardo Shinyashiki, que falou sobre liderança. O que mais ficou na minha alma e na memória foi o fato de que tudo depende das nossas escolhas.

E, a partir deste momento, passei a analisar todas as pequenas atitudes que todos fazemos naturalmente, mas que, sem exceção, são frutos da escolha.

Aplicado ao mercado de trabalho o assunto fica mais interessante ainda. E, por entrevistar pessoas, conhecer suas experiências e compartilhar das suas escolhas, pude tirar algumas conclusões. 

O que faz uma pessoa tomar esta ou aquela atitude, o que a faz ficar numa empresa ou ir para outra? Conversei com uma assessora que estava se queixando de que não podia continuar a estudar porque o chefe demandava que ela ficasse além do horário, o que a impedia de comparecer às aulas.

Eu disse a ela que o problema não era este. O problema era que ela escolheu ficar até mais tarde, porque era mais importante atender à demanda do executivo do que buscar conhecimento e que a escolha tida sido dela e não do chefe. Após alguns exercícios de raciocínio chegamos à conclusão – ela e eu, de que era realmente ela quem tinha feito a escolha. E aí, ela me justificou – pois é, eu até pensei em estudar, mas desisti este ano. Ah, bom, agora pelo menos podemos encarar a situação pelo verdadeiro ponto de vista e pensar no futuro. E é a partir deste ponto é que eu quero estudar minhas possibilidades - como quero planejar e programar minha vida, meu futuro, meu crescimento.

Lembro de uma ocasião, quando tinha filhos pequenos, de  ter desistido de uma posição de secretária de Vice-Presidência de uma grande empresa e que ficava a poucas quadras da minha casa, em razão do horário maluco que era obrigada a fazer. Fui trabalhar de outro lado da cidade – 21km da minha casa,  e fiquei muito feliz. Saia às 5 da tarde podia buscar as crianças nas atividades que faziam fazer supermercado e todas as outras coisas nas quais uma mulher que trabalha fica envolvida. 

Fiz a escolha certa? Sim, nos meus padrões, aquele momento era importante para minha família e para mim. E, hoje, como fica? Hoje estes padrões mudaram, os filhos já cresceram, estão fora de casa e os meus parâmetros são outros. Isto anula aquela decisão? Em hipótese alguma. A reforça e me dá liberdade de trabalhar hoje até as 8 da noite sem me culpar, porque meu referencial hoje é diferente de ontem.

Acho que, antes de qualquer escolha, precisamos verificar o que realmente queremos o que é mais importante, o que nós move para este ou aquele lado. Mas, para isto, teremos que ser honestos, enxergar coisas que, às vezes,  não queremos ver mas que sem as quais poderemos tomar decisões erradas.

As nossas decisões têm que ser tomadas racionalmente, mas é a alma que tem que ficar satisfeita. Ser e se tornar feliz é a missão mais alta que alguém pode desejar para si mesmo. Se conseguirmos incluir nosso trabalho nesta sensibilidade, seremos capazes de nos tornarmos profissionais competentes, reconhecidos e, mais do que tudo, pessoas felizes, que brilham no firmamento corporativo. 

E pessoas que brilham são únicas, aquelas que a gente não esquece que passam a ser nosso modelo e referencial.

E, não é isto que queremos ser? Se for afirmativa a sua resposta, pense em como vai fazer suas escolhas daqui para frente – só com a razão, só com coração, ou com ambos, para ser feliz?

Espero que a sua escolha seja a última. Boa sorte !!!!! Escolha bem. E, principalmente, seja feliz com o que escolheu.



* Stefi Maerker é Empresária, consultora, gestora de pessoas, conferencista e palestrante em eventos mundiais. Autora dos livros “Secretária–Uma Parceira de Sucesso”, 1999 e “Mulheres de Sucesso–Os segredos das mulheres que fizeram história”, 2000. Foi chairwoman e idealizadora dos Comitês de Secretárias e de Mulheres Executivas da Câmara Americana de São Paulo.

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